Vegetariano x Vegano: Vamos esclarecer as diferenças !

Vegetariano x Vegano

Atualmente, muitas informações e esclarecimentos sobre os prejuízos que o consumo da carne traz, não só, para os animais, também, para as pessoas e ao planeta, tem contribuído para que, cada vez mais e mais pessoas se tornem vegetarianas ou veganas. Nesse conteúdo vamos entender melhor o que significa cada um desses conceitos, suas diferenças e a confusão que existe em torno deles.

OVOLACTOVEGETARIANISMO

Os ovolactovegetarianos não consomem carne e seus derivados, têm sua alimentação constituída, basicamente, de vegetais, porém, também, se alimentam de ovos, leite e todos produtos provenientes desses 2 alimentos de origem animal.

É importante salientar que, mesmo esses alimentos não envolvendo a morte do animal, eles contribuem para seu sofrimento, pois, ocorre o confinamento, a exploração, a utilização de práticas prejudiciais na criação dele até o processo de produção, e que interferem em sua integridade, no seu desenvolvimento natural e livre, pois o trata como mercadoria e objeto de lucratividade.

VEGETARIANISMO

vegan prato

Por várias vezes, ouvimos alguém dizer:

– Sou vegetariano, mas como peixes. 

Esse exemplo mostra que, realmente, a pessoa não tem a compreensão que ser vegetariano é não consumir alimentos de origem animal.

Os ovos, leite e seus derivados, por serem de origem animal não fazem parte da alimentação vegetariana.

Quem adota o vegetarianismo não consome:

  • ovo;
  • leite e derivados (queijos, manteiga, iogurtes)
  • mel (pouco se sabe mas há também muita crueldade na apicultura);
  • alimentos contendo corante de cochonilha e outros aditivos de origem animal

VEGANISMO

vegan 1

Os veganos adotam uma postura de não consumo de nada de origem animal, não só na alimentação, como fazem os vegetarianos, mas em todas áreas de sua vida:

  • vestuário;
  • beleza;
  • saúde;
  • limpeza;
  • diversão;
  • ou seja, um vegano não utiliza qualquer produto que tenha matéria-prima animal ou envolva crueldade e exploração deles. 

Para entender melhor o que é excluído da vida de um vegano e o que ele com sua conduta e escolhas boicota, em defesa da vida animal, segue alguns exemplos: 

Veganos não usam:

  • Roupas, calçados ou acessórios que sejam feitos de couro;
  • Vestuários de pele, seda ou lã;
  • Enfeites, bijuterias, artesanatos com partes penas de aves, cascos de tartaruga, marfim de elefante e conchas de mariscos que estavam vivos quando foram extraídas.
  • Cosméticos e produtos de beleza feitos com ingredientes de origem animal ou, ainda, que sejam testados em animais;
  • Produtos de limpeza e químicos com ingredientes de origem animal e que sejam testados em animais.
  • Algumas bebidas (cerveja e vinho branco principalmente) contêm cola de peixe, e os veganos não bebem.

Veganos não frequentam:

  • Rodeios;
  • Aquários;
  • Zoológicos;
  • Parques que confinam animais;
  • Circos que utilizem animais em suas atrações;
  • Rinhas e competições com animais.

Veganos não compram animais

A compra de animais envolve sofrimento extremo e prejuízo da saúde das fêmeas que são utilizadas para procriação, visando o comércio e o lucro em detrimento do bem-estar animal.

Não compram, criam ou apreendem animais silvestres, tirando-os de seus habitats e pássaros para criar em viveiros ou gaiolas.

Veganos não utilizam e nem apoiam o uso de animais como:

  • tração ( carroças, charretes, arados)
  • transporte (como animal de montaria)

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES A SE PENSAR

vegan

Para ampliar essas definições, vamos abordar algumas variantes desses conceitos:

Em alguns casos, nem sempre aqueles que adotam o vegetarianismo o fazem pelos animais, e sim, por questões alimentar e de saúde.

Há pessoas que se tornam ovolactovegetarianas como uma forma de transição para o Vegetarianismo, que por sua vez pode ser um passo para o Veganismo.

O Veganismo é um movimento, ético e filosófico, que tem como postura de vida priorizar a defesa, a proteção, a preservação e o respeito à vida animal, por isso, sob sua ótica, o vegetarianismo, mesmo suprimindo alimentos de origem animal, é insuficiente para a prática da compaixão para com os animais, e não contribui para a realização desses objetivos, pois não envolve escolhas que vão além da alimentação.

Ao longo de nossa história, os animais foram e vêm sendo utilizados e explorados de várias formas, em nome do progresso. Porém, cada vez mais, se amplia a quebra desse paradigma, e, mais e mais pessoas se tornam conscientes de fazer o máximo para não apoiar tal condição e, dessa forma, buscam com suas escolhas e estilo de vida, mudar este status e mentalidade.

Devido à essa mudança de postura, mais ética e consciente para com os animais, tem-se buscado, cada vez mais, alternativas para não utilização de animais em vários setores de nossa vida, inclusive na ciência, substituindo o uso de animais, em experimentações científicas por métodos alternativos, sem uso de animais.

Essas transformações representam um avanço para diminuir e, até, terminar com a crueldade para com os animais.
Ainda, é necessário fazer mais para nossa sociedade abandonar, de vez, a exploração animal, mas, com certeza, a mudança começa, em cada um de nós, e, de forma bem contundente, através de nossa alimentação, que é uma área de nossa vida que contribui muito, devido à sua amplitude e nível de exploração, para o sofrimento animal.

Para o crescimento e expansão dessa consciência de respeito e valorização à vida animal, precisamos nos mover, definitivamente, rumo à proibição e o fim de qualquer forma de exploração, experimentação e sofrimento animal.

Homo sapiens não é melhor que as outras espécies

O Veganismo é contra o especismo, praticado pelo ser humano que trata os animais como seres inferiores e não levam em conta que as outras espécies também são seres sencientes (sofrem, sentem prazer, se alegram, querem viver e amam, assim como nós).

Se pensamos de sermos melhores que as outras espécies (mais inteligentes, dizem) devíamos simplesmente proteger os menos favorecidos em vez de explorá-los e maltratá-los.

E, para finalizar, é importante frisar que a atitude compassiva, libertária e revolucionária, visando a paz, a justiça, a consciência e a defesa da vida que embasa o Veganismo, se estende aos humanos, à natureza e ao planeta.

Como seguir uma dieta vegana ou vegetariana sem perder nutrientes.

Principal equívoco de quem corta as carnes é aumentar a ingestão dos carboidratos.

Via de regra, os vegetarianos são aqueles que eliminam todas as carnes das refeições. Entretanto, há algumas subdivisões dentro do próprio vegetarianismo que dizem respeito a maior ou menor restrição a determinados alimentos.  

Há aqueles que consomem ovos (ovovegetarianos), leite e derivados (lactovegetarianos), leite e ovos (ovolactovegetarianos) ou que eliminam tudo o que é de origem animal, os chamados vegetarianos estritos – que é diferente do veganismo (leia mais abaixo). 

Segundo Viviane Ferreira, vice-presidente da Associação Alagoana de Nutrição, a adesão a essas restrições ocorre, principalmente, por questões relacionadas à ética animal e à saúde.  

Quais os benefícios?

Eliminar as carnes do cardápio pode ser benéfico para o organismo. Esse tipo de dieta já é estudado por seu potencial de prevenir doenças do coração, o câncer de intestino e reduzir os índices de obesidade. 

– Quando se tem uma alimentação vegetariana, há um aporte maior de vitaminas e minerais, que atuam na prevenção de doenças. O consumo maior de fibras também traz benefícios para o coração e o intestino – defende a nutricionista Cristiane Parizotti, que atua no segmento esportivo e vegetariano.

O que cuidar? 

A nutricionista Cristiane aponta que o principal equívoco de quem corta as carnes é aumentar a ingestão dos carboidratos como batata, arroz e massas. 

– É comum faltarem no cardápio as leguminosas como feijão e lentilha, ou mesmo outros alimentos como castanhas, nozes, chia e linhaça – afirma. 

Além do exagero no consumo de carboidratos, é preciso ficar atento à ingestão de proteína, ferro e vitamina B12. Para suprir as necessidades de proteína, a orientação é apostar em grãos e seus derivados, como as farinhas.  

– O grão-de-bico, por exemplo, é um grande curinga. Ele é uma excelente fonte proteica, de ferro e de triptofano, aminoácido relacionado ao humor e ao bem-estar – fala Viviane. 

Quinoa, amaranto, lentilha, feijão e ervilha são outras boas opções, lembrando que essas três últimas devem ser harmonizadas com um cereal – arroz, por exemplo – para otimizar a proteína. 

Já o ferro pode ser obtido por meio do consumo de folhas de cor verde-escura. Rúcula, alfaces, agrião e ora-pró-nobis (planta alimentícia não convencional) são alguns dos alimentos capazes de suprir a ausência das carnes – lembrando que a absorção do ferro só ocorre quando ele é associado a uma fonte de vitamina C. A falta de vitamina B12 – que está relacionada a danos neurológicos e perda de memória –, não é, de acordo com Viviane, o maior dos problemas.  

– Cerca de 40% dos pacientes onívoros (que comem carne) têm deficiência de B12, contra 50% dos vegetarianos – diz. 

Embora só seja encontrada em alimentos de origem animal, a B12 já é sintetizada em laboratório e pode ser suplementada tanto em vegetarianos quanto em veganos, quando necessário. 

Precisa suplementar? 

Depende. Quando a prescrição da dieta é feita por um profissional e seguida corretamente, o risco de ter alguma deficiência é menor. Contudo, é preciso ter acompanhamento para avaliar a necessidade ou não de usar suplementação proteica, de ferro e/ou de B12. 

Quem pode seguir? 

Não há contraindicação para seguir uma dieta livre de carnes, que inclusive é recomendada para todos os ciclos de vida pela American Dietetic Association. Isso inclui crianças, gestantes e atletas. 

– Não há problema, desde que haja todo o acompanhamento profissional por trás. Tenho pacientes que não têm contato com a carne desde a barriga da mãe e são saudáveis. Mas claro, até os dois anos, a gente precisa prestar atenção na suplementação – defende Viviane. 

Veganismo

Diferente do vegetarianismo estrito, o veganismo é considerado um estilo de vida no qual seus adeptos buscam, dentro do possível, evitar o sofrimento animal, explica a nutricionista Cristiane Parizotti. Isso vai além da alimentação e se estende para o não uso de roupas de couro ou de lã, e de cosméticos e produtos testados em animais. 

Quais os benefícios? 

Nutricionalmente, os benefícios são semelhantes ao do vegetarianismo. A dieta é considerada benéfica sob ponto de vista da proteção cardiovascular, controle da obesidade e prevenção a alguns tipos de câncer. 

O que cuidar? 

A nutricionista Viviane Ferreira observa, na prática clínica, que os veganos acabam se preocupando mais com os direitos dos animais do que com a própria saúde. Por isso, muitas vezes optam pela restrição sem seguir a orientação de médico ou nutricionista, gerando um desequilíbrio nutricional. 

Além dos cuidados com o aporte proteico, de ferro e vitamina B12, os veganos têm de abrir o olho para o cálcio, mineral que atua na saúde dos ossos e é encontrado no leite e em seus derivados. Para mantê-lo em níveis normais, a recomendação é utilizar vegetais ricos no nutriente, como o gergelim branco e o negro – que tem 10 vezes mais cálcio do que a versão clara. 

– Por ser uma semente pequena, precisa triturá-la para romper a casquinha – ensina Viviane. 

Sementes de girassol e abóbora também são opções que podem ser utilizadas para suprir o déficit de cálcio. 

Precisa suplementar? 

Vale a mesma regra dos vegetarianos. 

Quem pode seguir? 

Assim como o vegetarianismo, não há restrição para veganos, desde que a dieta seja acompanhada por nutricionista ou médico. Tanto a Academy of Nutrition and Dietetics quanto a American Academy of Pediatrics, entidades norte-americanas, concordam que esse plano alimentar pode ser seguido por bebês e crianças, quando bem planejado.

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